Resumão para a prova

Caros alunos,
Espero que ajude em seus estudos para a nossa prova!
 criança-lendo
Vamos lá!
  • Explicação mitológica sobre a origem do mundo e do universo (cosmogonia): vocês devem se lembrar (espero que sim!) que, na Antiguidade, antes no nascimento da Filosofia, as pessoas quando não possuíam respostas reais para o que as afligiam criavam mitos para justificar aquilo que não conheciam. Dessa forma, os mitos eram passados de geração a geração e se tornavam “verdades” àqueles que criam, pois não dependiam de provas para serem aceitos. Ex.: a origem da vida, do mundo e do universo é fruto de um deus ou deuses.

  • Explicação filosófica sobre a origem do mundo e do universo (cosmologia): a Filosofia surgiu quando as explicações mitológicas já não mais satisfaziam a curiosidade e a busca pela verdade ao ser humano. Diante de vários fatores históricos que contribuíram para uma nova postura de pensamento sobre o mundo e sobre a própria humanidade, as pessoas buscavam respostas mais objetivas e reais para as suas perguntas. Dessa necessidade surgiu a Filosofia, que desde o seu princípio buscou encontrar racionalmente respostas para as questões que afligiam ao ser humano. Assim, respostas baseadas em explicações sobrenaturais e divinas eram deixadas de lado na procura de explicações lógicas, objetivas, concretas e racionalmente aceitas. Os primeiros filósofos tentaram responder a questões como “qual é a origem da vida?” e “qual é a origem do universo?” sem para tanto se apoiarem em elementos divinos.

  • Arché: os primeiros filósofos procuravam a arché, isto é, o princípio, a substância primordial que deu origem a todas as coisas que existem. Para a maioria dos filósofos pré-socráticos, a arché deveria ser um elemento simples, encontrado na natureza. Com o passar do tempo, vimos (e ainda veremos) que a Filosofia muda de foco, procurando questionar não mais a origem de tudo, mas sobre o ser humano e sua postura no mundo.

  • Teorias orientalista e do “milagre grego”:  tivemos a oportunidade de estudar duas teorias que justificavam, de formas distintas, a origem da Filosofia na Grécia. A primeira é a teoria orientalista, que defende o argumento de que os gregos antigos tiveram contato com a sabedoria oriental, principalmente com os persas e babilônios, o que contribuiu para que surgisse uma nova maneira de se ver e pensar sobre o mundo. A segunda teoria é a do "milagre grego”, que diz ser a Filosofia uma área de conhecimento genuinamente grega, dada a cultura tão especial e avançada do povo grego. Porém, vale lembrar que essa teoria é o que chamamos devisão etnocêntrica – que ao fazer um juízo de valor, parte do princípio de que uma cultura é superior às demais. Os pensadores que defendiam a teoria “do milagre” grego eram, certamente, europeus e não queriam abrir mão do mérito de serem os “criadores exclusivos” de um saber tão especial e importante como a Filosofia!

  • Fatores que contribuíram para o nascimento da Filosofia na Grécia Antiga: teorias orientalista e “do milagre grego” à parte, o que de fato contribuiu para o nascimento da Filosofia na Grécia Clássica foi um conjunto de fatores históricos que proporcionou àquele povo uma nova maneira de pensar a realidade. Entre estes fatores, podemos destacar: a criação da moeda e das leis da cidade que fizeram com que os antigos afastassem das negociações e dos direitos/deveres o sagrado e a vontade divina. A popularização da escrita, que permitiu aos cidadãos gregos a releitura dos mitos que antes eram apenas cantados pelo rapsodo, proporcionando assim a reflexão sobre estas histórias revelando assim suas inconsistências. E a forma com que foi estruturada a polis grega - com o estímulo à retórica e o direito à palavra contribuiu para que os gregos desenvolvessem o seu senso crítico, num exercício constante de análise sobre que era levado ao debate, sendo possível uma nova maneira de enfrentar o mundo, diferente da simples aceitação.

  • Os filósofos pré-socráticos: foram assim denominados, pois muitos, como o nome sugere, antecederam a Sócrates no tempo, mas, especialmente pela diferença encontrada no objeto de sua Filosofia. Poucas informações existem a respeito deles. As datas de nascimentos não são precisas e o que se sabe sobre suas teorias são baseados em alguns fragmentos que resistiram ao tempo e às informações passadas por filósofos posteriores. Alguns dos primeiros pré-socráticos também foram chamados de filósofos da natureza, pois buscavam mediante a observação do mundo encontrar um elemento primordial que pudesse explicar a origem do mundo e do universo. αρχή, arché, que em grego significa princípio das coisas, em outras palavras, a “matéria-prima”de que são feitas todas as coisas.

  • O filósofo que é intitulado como “o pai” da Filosofia é Tales de Mileto: para ele, a água era o princípio fundamental de todas as coisas, ou o αρχή. Tales acreditava que a água era o elemento primordial: a água permanece basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos. Quando esteve no Egito, ele pôde observar como os campos inundados ficavam fecundos depois que as águas do Nilo retornavam ao seu delta. É possível que ele tenha observado também que, depois da chuva, apareciam rãs e minhocas, assim como percebeu que para existir vida, a água é expressamente necessária.

  • Discípulo de Tales, Anaximandro de Mileto acreditava que nosso mundo era apenas um dos muitos mundos que surgem de “alguma coisa” e se dissolvem “nesta alguma coisa” que ele chamava de infinito - em grego άπειρο. É difícil compreender o que ele entendia por infinito, mas ao contrário de Tales, Anaximandro não imaginou uma substância determinada. Talvez ele quisesse dizer que aquilo que a partir do qual tudo surge é algo completamente diferente do que é criado. E como tudo que é criado é também finito, o que está antes e depois desse finito tem de ser infinito. Sendo assim, a substância básica não poderia ser algo tão trivial quanto à água.

  • Anaxímenes de Mileto concordava que a arché deveria ser indeterminada, porém não poderia ser um elemento situado fora dos limites da observação e da experiência. O ar seria o elemento primordial. Pelo processo de rarefação e condensação se formariam outros elementos como a água, a terra e o fogo, e a partir desses, todos os demais.

  • Pitágoras de Samos possuía uma resposta bem diferente dos filósofos de Mileto quanto ao princípio de tudo. Ele foi um grande matemático e por isso defendeu a tese de que todas as coisas são números. O princípio fundamental (a arché) seria a estrutura numérica, matemática, da realidade. Os corpos eram constituídos por pontos e a quantidade de pontos de um corpo definiria suas propriedades. O mundo teria surgido da imposição de limites para o ilimitado por meio de formas numéricas.

  • Parmênides: o filósofo reflete sobre o ser, sobre o que existe - que mais tarde foi estudado por uma área da Filosofia chamada de ontologia, o estudo do ser. Parmênides achava contraditório buscar a essência, o princípio fundamental naquilo que não permanece - nosso mundo. Segundo ele, é um equívoco dar muita importância aos dados fornecidos pelos sentidos. Pois, para ele, a verdade sobre as coisas está no que permanece. Sendo assim, é necessário fazer o uso da razão para compreender a verdade.
    “O ser é e o não-ser não é”. Para Parmênides o ser - aquilo que é - é eternamente, pois o ser é a substância permanente. Ele é imutável e não pode deixar ser. O não ser - a negação do ser - não é, não tem ser, não tem substância. Portanto, é nada, não existe. O filósofo identifica o não-ser com a mudança - devir -, que significa não ser mais aquilo que era, nem ser ainda algo que é.
    Em seu poema Sobre a Natureza, Parmênides expôs dois caminhos para a compreensão da realidade. O primeiro é o caminho da verdade, da razão, da essência, do ser. E o segundo, o caminho da opinião - doxa - da aparência enganosa, pois tudo se confunde com o movimento, com a pluralidade e o devir. Segundo ele, essa via precisa ser evitada para não concluirmos que “o ser e o não-ser são e não são a mesma coisa” - um raciocínio ilógico!

  • Heráclito: o filósofo se impressionou com a variação constante que a realidade manifestava aos seus sentidos. “Panta rei”, afirmava Heráclito, o que significa: “tudo muda”, “tudo flui”. Este filósofo afirmava que a própria identidade das coisas está na mudança constante, na variação e no movimento incessante. “Não podemos entrar em um rio duas vezes, pois na segunda vez já não são as mesmas águas. Já não é o mesmo rio”, afirmava. Para ele, nada existe no mundo que possa escapar à mudança. Ele afirma que o princípio de tudo, o elemento fundamental é o fogo.  
    A indicação do fogo como princípio de todas as coisas não coloca Heráclito na mesma condição que os filósofos de Mileto. O fogo mencionado não se iguala à água de Tales ou ao ar de Anaxímenes. Quando Heráclito indica o fogo como elemento primordial, está muito mais próximo de uma linguagem simbólica do que apontando para um fundamento concreto, uma arché. É necessário perceber que o fogo só existe pela constante mudança de coisas em cinzas e fumaça. Aniquilada esta mudança, não existe mais o fogo. Assim Heráclito vê toda a realidade como que alimentada de mudança o tempo todo. 
    A luta de forças contrárias é que origina a multiplicidade, é o que impulsiona a vida. A ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, a construção e a desconstrução, a justiça e a injustiça, enfim, pares de opostos é que fazem o mundo se modificar e evoluir.

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