A PATRÍSTICA E A ESCOLÁSTICA.

                     

  Durante a idade media surgiram duas correntes educacionais que inspiraram a forma de educar o povo deste período, a Patrística que consistia na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias e a Escolástica que surgiu da necessidade de responder às exigências da fé. Tanto uma como a outra foram usadas pela igreja como forma de manipular como quisesse seu poder dentro da sociedade, apesar de serem duas correntes que manipulavam, foram também as principais formas de transmitir ao povo o saber e desta forma passar para os dias de hoje os ensinamentos daquela época.
  Uma das primeiras formas de ensino na idade média foi uma filosofia baseada em Platão chamada de Patrística, elaborada pelos “pais da igreja” que eram os padres responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja ao longo dos sete primeiros séculos do cristianismo, e que surgiu como forma de evitar heresias. Esse combate as religiões pagãs fez com que os padres tivessem que buscar argumentação nos fundamentos filosóficos gregos. O principal representante desta corrente é Santo Agostinho, que unia a filosofia e a religião, com isso formando sua própria filosofia que se baseava em  conhecimento, sabedoria, e amizade. A patrística especulava principalmente a relação entre fé e ciência, com a vida moral, com a natureza de Deus e da alma, ou seja, fazia a religião ter base na filosofia e até na ciência. Divide-se geralmente em três períodos:
Até o ano 200 dedicou-se à defesa do Cristianismo contra seus adversários; até o ano 450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristã; até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original. É a Patrística, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de “Tradição Católica”.
  Posteriormente, surgida da necessidade de responder às exigências da fé ensinada pela Igreja, a escolástica era um tipo de vida intelectual e educativa que predominou entre os séculos XI e XV contribuindo para o estabelecimento das universidades e para a manutenção do poder da Igreja Católica em relação à formação não só eclesiástica, pois versava por interligar a fé a razão, resultando essencialmente do aprofundar da filosofia. Enquanto instrumento de ensino filosófico e literário, a escolástica teve grande influencia na sociedade medieval em seu universo mental, social e cultural por expor uma renovação dos dogmas católicos unindo a fé à razão enaltecendo o catolicismo através de sua doutrina cristã e orientação dos pensadores antigos, arregimentando mais ainda seu poder através do ensinar e rezar os bons costumes. Os maiores representantes do pensamento escolástico são os dois pensadores: Agostinho de Hipona, nascido no norte da África no fim do século IV e Thomas de Aquino, nascido na Itália do século XIII. O pensamento de Agostinho defende uma maior subordinação da razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. Enquanto que Tomás de Aquino defende certa autonomia da razão na obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo, porém, em nenhum momento nega tal subordinação da razão à fé. O período escolástico pode ser dividido em três fases:
Primeira fase - (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança na perfeita harmonia entre fé e razão.
Segunda fase - (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela elaboração de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras de Tomás de Aquino. Nesta fase, considera-se que a harmonização entre fé e razão pôde ser parcialmente obtida.
Terceira fase - (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica, caracterizada pela afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.

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